3 poemas de Gabriel Innocentini[inaudível] (variações) vivo com mais [inaudível] do que certezas quando [inaudível] eu me sinto o [inaudível] lowry se você [inaudível] eu vou te amar pra [inaudível] ela me disse [inaudível] e eu pensei [inaudível] esse teu olhar [inaudível] me deixa [inaudível] inacreditável o [inaudível] não [inaudível] do que você vai me [inaudível] então se você [inaudível] conto com [inaudível] depois podemos [inaudível] tenho [inaudível] pra acreditar que [inaudível] [inaudível] do [inaudível] na [inaudível] se for [inaudível] sobra [inaudível] demais vou ficar [inaudível] por uns dias daí [inaudível] estou [inaudível] você sabe como [inaudível] em caso de [inaudível] me mande [inaudível] isso tá bué [inaudível] pro [inaudível] gosto depois de tanto [inaudível] vou virar o john [inaudível] porque [inaudível] foi o que me restou [inaudível] e [inaudível] eles não amam música como nós eles não amam música como nós eles estão em cada vez maior número eles não tiraram a letra de uma canção na unha eles não sabem o segundo exato em que a banda pára pra recomeçar um segundo e doze milésimos depois eles não mudaram de pele ao ouvir uma canção eles nunca voltaram a pé sozinhos de um concerto com cavalos brancos pastando ao luar num mato sem cachorro numa cidade desconhecida dum país desconhecido eles não são do nosso mundo eles podem ir se foder a cada vez que entrarem no nosso caminho e nos atrapalharem eles não têm paixão e se gabam disso eles que se fodam eles não amam música como nós eles que se fodam eles não amam música como nós eles não amam música como nós eles não amam música como nós nós somos cada vez mais poucos e morreremos cantando nós estamos vivos e não vivemos no erro Ode 85 odeio e amo. por que, me pergunta? ignoro. sei que me explora e me tortura. odeio e amo. por qual motivo? nem sei. mas sinto e disso sou cativo. odeio e amo. por que alucino? sei lá. só sei que giro no cassino. odeio e amo. por que deliro? não sei o que prefiro, e assim me firo. odeio e amo. por que misturo? não sei. eu sinto, e temo o futuro. amo e odeio. como sinto os dois se sou só um? saberei bem depois. amo e odeio. como sinto os dois? me faltam palavras. ora pois pois. odeio e amo. como, pois? sei lá. na relva estão pastando os bois. amo e odeio. odeio e amo. me iludo? sou o nada e o tudo. amo e odeio. me repugna? sim e não. e me afundo nessa pugna. amo te odiar. e odeio te amar. nesse pego me ancora o naufragar. cansados 'tamos de saber que te amo e te odeio. sou humano. mas que aperreio! amo e odeio. assim me aborreço e temo ser este o meu endereço. amo e odeio. mas que saco! quanto mais cavo, maior o buraco. odeio e amo. confuso, não sei nem para que serve um parafuso. odeio e amo. nisso me esparramo. alguém me diga de quem sou servo, de quem sou amo. odeio e amo. este é o meu reclamo. quem é a carta, o carteiro? eis o correio. odeio e amo. se me esgota? claro. tanto que eu faço a chacota. amo e odeio. nicles de batatóides. vish, num fode! amo e odeio. com que direito? blasfemo mesmo. e me rasga o peito. amo e odeio. como, tu me indagas? não sei, depois de me cravar, puxe a adaga. odeio e amo. como, tu me indagas? não sei a cura e me doem as chagas. odeio e amo. como cabe? vai dizer que você não sabe? odeio e amo. por que adubo? um é o fruto e o espinho é ao cubo. odeio e amo. quanta chorumela. quando se apaga essa vela? odeio e amo. quanta mumunha. e caio de cabeça nessa cunha. odeio e amo. onde malparar? deixo o vento me afogar nesse mar. odeio e amo. por que essa fita? não tenho outra. a vida é uma desdita. odeio e amo. não sei pausar, só apertar play. não amo nem odeio. e ainda tenho em mim quase todos os sonhos do mundo. odeio e amo. me arrisco? não sei mais virar o disco. odeio e amo. disso me alimento e saboreio meu lamento. te amo e te odeio. que escrever? entrei nessa pra enlouquecer. odeio e amo. tô doido? sim e não. e mais: doído. odeio e amo. tô maluco? hum. o coração faz cuco. amo e odeio. sem engano: vou entrar pelo cano. odeio e amo. se catulo se perdeu, que direi eu!? amo e odeio. carago! um trapo, só tripas, me vê um trago. odeio e amo. esta é a natureza do que sinto. alguém me devolva a cabeça! amo e odeio. ena! eis minha única cena. odeio e amo. ora, ora, eu sou tudo que, ficando, vai embora. amo e odeio. cá e lá. dizendo porra ou ó pá. odeio e amo. assim movo o céu e as estrelas, de novo e de novo. amo-te e odeio-te. meso- clise mezzo eclipse. que odeio e amo, isso é certo. ah se eu me chamasse maria roberto. que odeio e amo, ninguém mais duvida. e assim vibra a torcida. amo e odeio. que é o tempo quando não posso calar os pensamentos? odeio e amo. esse poema sem fim é um dilema. amo e odeio. nada sobra além desta maldita dobra. odeio e amo. este fardo fosse de cerveja era só beber. amo e odeio. preso não estou. e a liberdade não almejo. odeio e amo. que droga, e perdi o telefone da yoga. odeio e amo. que porra me refestelar nessa maldita masmorra! odeio e amo. o sole mio! e andiamo, andiamo. amo e odeio. e você está imune a tais efeitos? odeio e amo. que foda o peito pira a lusitana roda! odeio e amo. meu deus, me ilumina a dizer adeus. odeio e amo. que fazer de mins? na montra me sorriem os manequins. odeio e amo. cansaço demais. em prosa seria mais fácil? odeio e amo. quem se importa? eu não. a chave eu tenho, falta a porta. odeio e amo. e daí? lide com isso é o antigo se vira aí. odeio e amo. quem me vaia? teu coração também é dessa laia. bem-te-digo e mal-te-digo. contenho convulsões. comigo só me contradigo. odeio e amo. foda! não aguento mais esta coda. odiei e amei, ao mesmo tempo. o que sinto agora? não sei. vou te odiar e vou te amar. pois disso sou feito. no peito, doce suplício. odeio e amo. isto e aquilo. quanto me custa, e nem se pesa o quilo. odeio e amo. mas que labirinto isto que sinto. uma saída eu clamo. odeio e amo. que sentir poroso me fere o coração, me vara o osso! odeio e amo. e vice-versa. não sei como calar essa conversa. odeio e amo. não é o fim e nem o começo. e de mim (ou ti) padeço. amo e odeio. sou um arremedo de gente. e tudo o mais me é indiferente. amo e odeio. raro rodeio: o lírio passeia livre entre os touros. odeio e amo. mas quanta frescura! e examino o coração sem achar a cura. bendigo e maldigo você que fazer velha pergunta e a resposta muda amo e odeio. nunca é tarde: cai o carmo e a trindade. amo e odeio. sem ajuda nem unzinho deus-nos-acuda. amo e odeio. que inferno! e já preenchi todos os cadernos... amo logo odeio. debalde me chamar rené descartes. oma e oeido. roma e poeido. morar no amor? dopei o peido. eodie e oma. e doe mao. em maio die e dia. oam. etamo e eiodote. tod, tod. meta e etedo. tod? tei. teamaria e teodiaria. teo, tea. dia? tiara ria. e doerai, ma doerai. amo e odeio. nada mais receio nem peço. fiz meu lar neste mistério. amo e odeio? à margem é preciso outra linguagem. O autor:
Gabriel Innocentini nasceu em São Carlos (SP), em 1987.
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Julho 2017
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