ASSINATURA DO SOL VII É Iansã quem move esse motor de água invisível [ que sopra com a brisa. Toca a flauta fina do bambu e a folha dos [ caniços. Não a música das esferas, a matemática dos [ artifícios. É Iemanjá quem põe o globo a girar e mantém a [ Terra em órbita. Não a causa primeira. Primeiro motor e [ princípio. É Obatalá quem refaz o sonho branco da noite e [ destila a misericórdia das flores. O universo é o tambor de Xangô que toca na pele [ do espaço suas notas. Não a cruz pia do sangue e a carne servida em [ potes. A gravitação universal e seus cortes. É Exu quem corre veloz levando o vento e o [ manto da tarde de cobre nas patas aladas. Quem erra na cortina da chuva, telegrafa um [ relâmpago azul no nadir, entre o céu e a [ terra se move. Não o choque de duas nuvens. Mas o amor de [ dois deuses. Que fecunda a terra. Propaga a chuva. Revolve as árvores. Renova o [ sexo. Ora pela boca das aves. E morre. Rodrigo Petrônio.
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Julho 2017
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