[Mas agora estou no intervalo em que] Mas agora estou no intervalo em que toda a sombra é fria e todo o sangue é pobre. Escrevo para não viver sem espaço, para que o corpo não morra na sombra fria. Sou a pobreza ilimitada de uma página. Sou um campo abandonado. A margem sem respiração. Mas o corpo jamais cessa, o corpo sabe a ciência certa da navegação no espaço, o corpo abre-se ao dia, circula no próprio dia, o corpo pode vencer a fria sombra do dia. Todas as palavras se iluminam ao lume certo do corpo que se despe, todas as palavras ficam nuas na tua sombra ardente. António Ramos Rosa.
0 Comentários
Enviar uma resposta. |
Archives
Julho 2017
Categories
Todos
|
ESCORRER