[EU, QUE ESCORRO.]
21/05/2016
Escrever é escorrer. É retirar de si o máximo. Todos os sentimentos escorrem na folha e formam o poema. Olhares, cidades, pessoas, paisagens. Escorrem e correm no passar dos dias. Escrevo e me deixo ser sugado pelos versos, esquecido no amarelado de uma folha de papel.
******************************************************
dizes-me sobre outra pessoa
dizes-me sobre nós dois
ando bebendo muito
dizes-me tanto
até quando estás em silêncio
sou o poeta
aquele que sente tanto
que escorre pelas veias
as palavras me escorrem
pelos dedos
teus olhos escorrem
mas não choras
fumo um cigarro
estou bebendo muito
é verdade
dizes-me que amanhã
me esperas
eu te espero
dizes-me
no intervalo entre uma taça e outra
no intervalo eterno da madrugada
nesses versos que escrevo
e te entrego:
escorremos.
Maio de 2016.
*******************************************************
Rafael, 30 anos, mestrando em estudos literários, culturais e interartes pela faculdade de letras da universidade do porto.
Escrever é escorrer. É retirar de si o máximo. Todos os sentimentos escorrem na folha e formam o poema. Olhares, cidades, pessoas, paisagens. Escorrem e correm no passar dos dias. Escrevo e me deixo ser sugado pelos versos, esquecido no amarelado de uma folha de papel.
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dizes-me sobre outra pessoa
dizes-me sobre nós dois
ando bebendo muito
dizes-me tanto
até quando estás em silêncio
sou o poeta
aquele que sente tanto
que escorre pelas veias
as palavras me escorrem
pelos dedos
teus olhos escorrem
mas não choras
fumo um cigarro
estou bebendo muito
é verdade
dizes-me que amanhã
me esperas
eu te espero
dizes-me
no intervalo entre uma taça e outra
no intervalo eterno da madrugada
nesses versos que escrevo
e te entrego:
escorremos.
Maio de 2016.
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Rafael, 30 anos, mestrando em estudos literários, culturais e interartes pela faculdade de letras da universidade do porto.