ESTRADA Luanda Dondo vão, cento e tal quilômetros mangas e cajus marcos brancos meninos nus Branco algodão crescendo corpos negros na cacimba O Lucala corre confiante indiferente à ponte que ignora Verdes matas Sangram vermelhas acácias imbondeiros festejam o minuto da flor anual Na estrada o rebanho alinha pelo verde verde capim Adivinhados caqui lacraus de capacete giz Meninos se embalam em mães velhas de varizes: Rios azuis da longa estrada E é fevereiro sardões ao sol Cassoalala Eia Mucoso tão vazio outrora tão cheio agora Adivinhados permanecem lacraus caqui capacetes giz Não param as colheitas Que razão seriam fevereiro acácias sangrando vermelho verdes sisais cantando o parto da única flor? Não param as colheitas! José Luandino Vieira.
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Julho 2017
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