Começávamos o dia por baixo pelo tempo da pedra. A escarpa muscular onde ia gastando os teus sapatos. Manhãs compridas que chegavam ao mar. Trazíamos as letras inclinadas trazíamos na ponta da língua o nome dos naufrágios e estávamos à mesa como um corpo de baile. Uma subsistência sonora era esse o estado da arte: éramos as claves do sul de lábios estendidos à medida das máscaras. Eu ia de rastilho, de árvore acesa. Ia iluminando a mão com que batias no fundo. Traçava as águas juntava as pernas para as covas do teu dente. Passavam orlas e orlas e nós naquela descoberta naquela terra toda à vista brincando ao verão aos redemoinhos na chávena. Catarina Nunes de Almeida.
0 Comentários
Enviar uma resposta. |
Archives
Julho 2017
Categories
Todos
|
ESCORRER